Direito à memória e à verdade em face à atuação da Comissão Nacional da Verdade

Autores

  • Márcia Teshima Universidade Estadual de Londrina (UEL/PR)
  • Maísa Alves Rezende Universidade Estadual de Londrina (UEL/PR)

DOI:

https://doi.org/10.20499/2236-3645.RJP2013v15e105-74

Resumo

O presente estudo aborda a dimensão do direito à memória e à verdade contida no instituto de Direito Internacional chamado justiça de transição. É objeto desse estudo uma análise pormenorizada dos direitos à memória e à verdade, bem como a atuação da recém-criada Comissão Nacional da Verdade, a fim de efetivar tais Direitos Fundamentais. Utiliza-se, o presente trabalho, do direito comparado a fim de observar as condições e as conclusões obtidas pelas comissões da verdade na Argentina e no Chile, países que passaram por regimes de exceção próximos ao brasileiro. Por fim, conclui acerca da necessidade da real implementação do direito à memória e à verdade para consolidação da democracia.

Biografia do Autor

Márcia Teshima, Universidade Estadual de Londrina (UEL/PR)

Professora e Mestre em Direito Negocial pela Universidade Estadual de Londrina (UEL/PR).

Maísa Alves Rezende, Universidade Estadual de Londrina (UEL/PR)

Graduanda em Direito (UEL/PR).

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Publicado

2013-05-29

Edição

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Artigos