A partir de conceitos elaborados pelo filósofo argentino Enrique Dussel em suas 20 Teses de Política, o artigo procura compreender a Comissão Nacional da Verdade sob os pontos de vista de poder institucionalizado potestas e potentia. Considerando que essa última vem do povo, o artigo procura entender em que sentido aquela instituição – potestas, o poder institucionalizado – pode ser usada pela sociedade civil para retomar o poder para si e melhor compreender seu passado, além de efetivar o direito à verdade e à memória históricas. Faz-se, também, um paralelo com conceitos de Pierre Bourdieu, para melhor entender como a dimensão da verdade na justiça de transição pode ser considerado poder simbólico.