Este artigo trata do processo de discussão, negociação e constituição da Comissão Nacional da Verdade, examinando os impactos desse complexo processo na conformação institucional da Comissão. A partir desse histórico, discutem-se as potencialidades e limites dos trabalhos da Comissão, analisando sobretudo o papel da chamada “teoria dos dois demônios” como um operador ideológico que tem influenciado a discussão em busca da verdade e do tratamento do legado autoritário da ditadura brasileira. Por fim, apontam-se alguns desafios que a Comissão Nacional da Verdade precisa superar para melhorar seus trabalhos.