No Brasil, é recorrente a crítica ao financiamento de grandes empresas do setor tradicional por bancos de desenvolvimento. Da mesma forma, paira certa perplexidade em torno da eventual falência de empresas que possuem o Estado como acionista minoritário. O presente artigo tem por objetivo analisar o caso do financiamento da LBR-Lácteos pelo BNDES a fim de compreender como o tipo específico de investimento público por participação societária é instrumentalizado do ponto de vista jurídico e ponderar qual o significado da eventual falência da empresa diante das motivações que levaram o banco a financiá-la. Acredita-se que os procedimentos falimentares podem se relacionar com as políticas industriais que motivam os investimentos do BNDES, especificamente com o experimentalismo que as caracteriza. Embora a partir da análise de apenas um evento de financiamento, espera-se possibilitar que se observe a atuação do banco com outro olhar.