
As ciências sociais, dentre as quais estão o direito e a economia, fundamentam-se em matriz iluminista que considera a existência da razão independente de qualquer valor emocional e, por consequência, moral. Essa perspectiva de pensamento distanciou a ética da economia e o agente público competente para a elaboração de políticas públicas de intervenção do Estado na economia de qualquer conteúdo moral. Neste estudo, pretende-se discutir a viabilidade de transposição das recentes discussões sobre julgamento moral no campo da psicologia para o estudo do direito, particularmente no que concerne ao texto constitucional referente à intervenção estatal em forma de políticas públicas. A partir dos fundamentos teóricos discutidos, o trabalho conclui que a reaproximação ética é possível por meio de uma preocupação com o Outro, em especial nas políticas públicas voltadas para a economia do bem-estar.